quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Do longo inverno ao fluxo dos benefícios recíprocos

         O longo inverno é consequência de um acidente: estava a 200km e de repente freei. Se fosse um fato concreto incidiria diretamente no físico e estaria hospitalizada, só que enxergar o fato psicológico não é fácil. A vida, porém, é sábia, e me tirou tudo naquele momento: estava fraturada emocionalmente, incapaz de assumir responsabilidades condizentes com a maturidade intelectual e profissional. Lógico que naqueles anos sequer entendia o que estou falando agora, mas foram muitos anos, e chegou uma hora que parei de me debater, de reclamar, e aceitei o que a vida trazia. Aceitei, mas também continuei a semear o que queria, a trabalhar, a procurar novos caminhos; e quando falo em aceitar é encarar de frente a situação real e procurar beleza no que é oferecido, sem esquecer dos sonhos. Voltei a me aproximar da espiritualidade, passei por vários grupos até encontrar um que falasse minha lingua, e encontrei o IPPB (www.ippb.org.br), onde se trabalha a espiritualidade em maneira universal, sem preconceitos, sem dogmas, em maneira livre e aberta; que reconhece a manifestação do divino em todas culturas. Ali encontrei as ferramentas que precisava pra desenrolar os nós e encontrar o fio que conduz às essências. Muitos nós foram desatados, e o trabalho é contínuo, mas posso dizer que saí da fase de reabilitação, e a vida tá aí pra mostrar isso. Entrei no fluxo dos benefícios recíprocos. Lembro que tive uma aluna muito difícil, que hoje é deliciosa e grande amiga, mas na época dava vontade de sair correndo, e só não a abandonei porque me pagava muito bem e precisava daquele dinheiro. É, a vida foi legal comigo... Era tão difícil dar aulas pra ela, briguei várias vezes com a figura, e não sei porque sempre queria que voltasse! Foi por causa dela que comecei a me preparar energeticamente antes das aulas, a fazer o que tinha aprendido no IPPB mais umas coisinhas por intuição, como antes de iniciar as aulas me concentrar no pensamento: “Que seja em benefício de todos.” Pronto. Entregue. E nessas de chamar relacionamentos e situações que sejam benéficas ao TODO, mesmo que o benefício não seja evidente no momento, e que não seja exatamente aquele que espero, trouxe leveza no coração, serenidade pra usar o livre-arbítrio. O longo inverno passou; já sinto o cheiro da primavera.  

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