Leve como águas em forma de nuvens, lançava aos ventos seus medos. Dançava acordada, bailava desperta, rodopiava, girava, desamarrava (-se?), estava desarmada.
Ouvia o eco de cantos arcanos, antigos e distantes, quase sussurros do que foi, é e sempre será. Finalmente compreendia a falta como simples motor de busca, uma ferramenta de impulso às descobertas, alimento de curiosidades sadias, sem exageros, sem aflições, colocando a carência em seu devido lugar.
Estava presente, sentia-se lua cheia, perfumava-se com damas-da-noite, sabia de sal, voava feito águia singrando a neblina dos picos, era o Todo e o Nada, era o instante e, assim, percebia o movimento daquele que continha e sabia conter.
Acendeu-se a vela da esperança.
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